O ÍNDIO NA LITERATURA ÁRCADE

Como o índio era visto pelos poetas árcades?


Analisando a representação do índio nas nossas expressões escritas desde o descobrimento, perceberemos que na Literatura Informativa, os cronistas divergem quanto à representação física e cultural do índio. Para  Caminha tinham “belos olhos e bons narizes”, eram puros, tão inocentes que não tinham vergonha alguma em mostrar sua nudez,  para outros, como Pero Gândavo  “Esses índios são de cor baça e cabelo corredio; têm o  rosto amassado, e algumas feições à maneira de Chinas. [...] Vivem todos mui descansados sem terem outros pensamentos senão de comer, beber e matar gente, e por isso engordam muito...”
No Barroco, Padre Antonio Vieira, defendia os indígenas contra a escravidão, recebendo o apelido de Paiaçu, o “Pai Grande”.
No Arcadismo, influenciados por Rousseau, nossos poetas reconhecem  o índio como elemento natural da terra, é um elemento da natureza que deveria ser protegido para não ser corrompido pela sociedade. Passa a ser personagem nos poemas épicos de Cláudio Manuel da Costa, Basílio da Gama e Frei Santa Rita Durão. A luta pela nossa independência já começara e os índios que foram corrompidos pelos portugueses, eram apresentados como vilões ( ex: O Uraguai, de Basílio da Gama), no entanto, outros se mantinham intactos na natureza, esses tinham boa alma, e ajudavam os portugueses, contrários aos jesuítas, como é o caso do poema de Basílio da Gama. Esses índios, não assumiam o papel de herói na narrativa, o índio era o herói moral, era puro, leal e justo, sempre ao lado de quem o protegesse e o libertasse do jugo e interesse dos jesuítas.


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